André Sá e Francisco Mota nasceram arquitetos. Amigos desde a época do Colégio Marista, com 12 e 13 anos de idade, respectivamente, já se reconheciam artistas inventivos. Ao observarem um ao outro, ocorreu a sinergia. Identificaram-se através dos desenhos, foram se aproximando e passaram a fazer juntos o que mais gostavam: criar.
Perceberam que, unindo criatividade, planejamento e empreendedorismo, formariam uma dupla excelente. Em função da habilidade comum desenvolveram uma boa amizade, construíram um compromisso. O fato de um admirar o trabalho do outro foi o mote da relação, pois o desenhista, o designer é muito tomado pela vaidade, comumente tem o desejo de se sobressair sozinho, o que não aconteceu entre André e Francisco. Ao contrário, passaram a caminhar juntos. Durante a vida colegial, seus traçados ganharam diversos concursos e prêmios. A dupla criava personagens e rabiscos, frases curtas, mensagens e estampas para cartões e camisetas irreverentes, que levavam as marcas "ANXI" e, posteriormente, "Koisa Paka", também resultante de suas idéias vanguardistas.
O final dos anos 50 foi uma época de muita euforia nacionalista. O Brasil experimentava um período de grande desenvolvimento econômico – com o início da industrialização brasileira, notadamente a automobilística – e o ufanismo da população chegaria ao auge com acontecimentos como a conquista da "Copa do Mundo" de futebol na Suécia, em 1958.
Brasília, a nova capital federal, foi como o coroamento dessa época de ouro. Os arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, autores daquela obra fantástica, foram as grandes vedetes daquele acontecimento. A arquitetura moderna brasileira alcançava reconhecimento internacional e a profissão do arquiteto ganhou nobreza e respeito. Se antes houvera dúvidas na escolha da nossa profissão, a partir de então já batíamos no peito: "Nós nascemos arquitetos."
André e Francisco.